Converse comigo a partir de
quem eu sou

E não a partir do que/ daquilo o que
você acha de mim.
O que você acha de mim não é quem eu sou.
Você sabe quem sou?

Eu sei?

Como saber quem somos?

Conversemo-nos.
Você com você
E eu comigo
Eu com você.
E você comigo.

Quando não quero fazer nada

Quando não quero fazer nada.

E tenho tudo pra fazer,

Eu sumo.

E sumo dentro de mim mesma.

No mais alto escalão do meu ser.

Onde eu posso subir as montanhas
do meu organismo.

E viajar na solidão das nuvens,
no mais alto céu da minha
……………………………..mente.

Onde eu posso naufragar no
imenso mar do meu
………………………coração.

E flutuar no vazio ar da
………………….minha cabeça.

Ou posso entregar-me a
Rabiscar dizeres e frases
curtas,

Palavras sem expressão.

Que revelam a mais forte
angústia de ser
quem eu sou.

E onde estou.
E como estou.

No mais intenso tornado de
provocações infiéis.

Que eu não posso receber

Que eu não quero merecer

Que eu não quero me perder
……………………..(ou encontrar).

Quando eu não quero fazer nada

E tenho tudo pra fazer

O que eu quero?

Perco-me em escrever minhas
……………………………….memórias.

E as letras invadem o papel
……………….de minha solidão/ solução.

Tentando extravasar a bravura/ loucura
de querer fazer o que eu quero,
e não fazer nada ou
fazer tudo ao mesmo tempo
e não conseguir ser eu
……………………..(ou ser).

Quem eu sou?

Se nesse triste abismo de lágrimas
Onde estou,

Não me encontro além das
………………………….incertezas.

E das vontades eternas.

Que não sentirão

Vontades algumas.

Sempre poeta

Poeta, sempre poeta

Poeta, onde mora a razão?

Poeta, seu cabelo ao vento
te lembra alguma emoção?

Poeta de agosto
de setembro

As águas de março te lembram a
questão?

Poeta de meiados de junho
do início de julho

Onde está a razão?

Poeta assombrado
Que olha pros lados

Tem alguma visão?

Poeta de fim de semana
E de semana toda

Qual é a definição?

Poeta maluco
Poeta doente
Sua mente ausente

Onde anda a razão?

Poeta caduco e
delinquente

Não vê que isso tudo
Não passa de
alucinação.

Poeta contente
Escreve pro mundo
Que enxerga em sua contemplação.

Poeta sem dente
Que escreve no muro

Onde está a sua razão?

Se perdeu no espaço
De sua vida louca

Enquanto tentava acordar
e não dormir.

Enquanto procurava chegar
e não sair

Enquanto desejava pular
e não cair

Poeta, sempre poeta

Poeta da conspiração
Poeta da contramão

Poeta, sempre poeta

Poeta da loucura
e do desejo de ser poeta
e não ser
(sempre poeta)