Month: March 2016
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Converse comigo a partir de
quem eu sou
E não a partir do que/ daquilo o que
você acha de mim.
O que você acha de mim não é quem eu sou.
Você sabe quem sou?
Eu sei?
Como saber quem somos?
Conversemo-nos.
Você com você
E eu comigo
Eu com você.
E você comigo.
◎
O meu mundo sou eu.
Pra além de mim quem eu sou.
Eu sou toda dor.
Quando não quero fazer nada
Quando não quero fazer nada.
E tenho tudo pra fazer,
Eu sumo.
E sumo dentro de mim mesma.
No mais alto escalão do meu ser.
Onde eu posso subir as montanhas
do meu organismo.
E viajar na solidão das nuvens,
no mais alto céu da minha
……………………………..mente.
Onde eu posso naufragar no
imenso mar do meu
………………………coração.
E flutuar no vazio ar da
………………….minha cabeça.
Ou posso entregar-me a
Rabiscar dizeres e frases
curtas,
Palavras sem expressão.
Que revelam a mais forte
angústia de ser
quem eu sou.
E onde estou.
E como estou.
No mais intenso tornado de
provocações infiéis.
Que eu não posso receber
Que eu não quero merecer
Que eu não quero me perder
……………………..(ou encontrar).
Quando eu não quero fazer nada
E tenho tudo pra fazer
O que eu quero?
Perco-me em escrever minhas
……………………………….memórias.
E as letras invadem o papel
……………….de minha solidão/ solução.
Tentando extravasar a bravura/ loucura
de querer fazer o que eu quero,
e não fazer nada ou
fazer tudo ao mesmo tempo
e não conseguir ser eu
……………………..(ou ser).
Quem eu sou?
Se nesse triste abismo de lágrimas
Onde estou,
Não me encontro além das
………………………….incertezas.
E das vontades eternas.
Que não sentirão
Vontades algumas.
Meu caderno
Meu caderno de verdades
Absolutas
Amassado
Arruinado
Destruído
Arrancado
Meu caderno
E minha inspiração
Sumiram
Viraram decepção
Solidão
Alucinação
Agonia
Dor…
Bruxa?
Seu Lobo Mal.
Devaneios na escrita
A loucura bate a porta
Alucinada a invadir o meu caderno.
Sob riscos e rabiscos. E palavras.
E… (memórias)
“Página branca onde
escrevo
Único espaço de
verdade que
me resta
Onde transcrevo o
arroubo
E onde tarde ou
cedo
Deposito meu espanto
e medo.”
A Implosão da Mentira-
Affonso Romano de Sant’anna
Resolvi fazer no meu tempo
Alguma indisciplina do momento
Mas parei de pensar
Porque isso é burrice
É preciso concretizar a relevância
Viver o momento.
☀
O que eu tenho
além da montanha e do sol?
aquilo não é meu?
O que eu tenho além do céu
e as estrelas?
Aquilo não sou eu?
Sempre poeta
Poeta, sempre poeta
Poeta, onde mora a razão?
Poeta, seu cabelo ao vento
te lembra alguma emoção?
Poeta de agosto
de setembro
As águas de março te lembram a
questão?
Poeta de meiados de junho
do início de julho
Onde está a razão?
Poeta assombrado
Que olha pros lados
Tem alguma visão?
Poeta de fim de semana
E de semana toda
Qual é a definição?
Poeta maluco
Poeta doente
Sua mente ausente
Onde anda a razão?
Poeta caduco e
delinquente
Não vê que isso tudo
Não passa de
alucinação.
Poeta contente
Escreve pro mundo
Que enxerga em sua contemplação.
Poeta sem dente
Que escreve no muro
Onde está a sua razão?
Se perdeu no espaço
De sua vida louca
Enquanto tentava acordar
e não dormir.
Enquanto procurava chegar
e não sair
Enquanto desejava pular
e não cair
Poeta, sempre poeta
Poeta da conspiração
Poeta da contramão
Poeta, sempre poeta
Poeta da loucura
e do desejo de ser poeta
e não ser
(sempre poeta)