Questões

questões questões
questões sociais
questões abissais
questões pessoais
questões banais
questões ambientais
questões questões
questões questionáveis
questões

Não podia mais haver Associação pra mim
nem conselho
O povo não desejava se reunir
O interesse político pessoal era forte
Eu tinha que admitir
Daquele jeito não queria seguir
Mas, por que?

O seu lixo

O seu lixo não pode estar
Aqui dentro na minha frente
Da minha casa.

Seu lixo podre
Cocô de cachorro
Na minha casa
Não pode.

_
Talvez meu lixo podre
Possa estar na frente da sua casa
Meu lixo podre
Meus restos de comida misturados
Em latas de lixo
Suadas de chorume.

✐❣

Ao invés de você ficar aí
escrevendo
Vai trabalhar vagabundo

Porque essas letras
Não dão dinheiro não

Esse vazio de morte
Que invade você
Não colabora
Pra ti viver
Só te salva
De vez em quando
Do martírio
de ser você
E não querer se matar.

Suavemente
Você voa pelo mundo
E não sai daí
Se expõe
E se contradiz
Mas não diz uma palavra
Daquilo que tem pra dizer
Mas e aí?
E agora?
Como você vai fazer?
Pra conseguir resolver
E se renovar.

Aos rios

E dizem
Que para ser rio limpo
Tem que ter
Mata ciliar
Porém,
Cadê ela?
Aonde ela está?

E agora?
No que se transforma
Esse rio lindo
Além de uma vala suja
Infectada pelo cocô alheio.

Cachoerinha da Chacrinha

e alí vem a cachoeira
que eu gosto (gostava*)
de banhar-me

* a água está secando.

Deságua

olho
aquele rio que passava
Límpido
Se transformando em valão
ora, pois.

*

Veja:
Riachinho com peixinho
vira vala
Pra depois
Esgoto virar
E com mais
Canalização
11 bilhões de reais*
E ainda mais
Para o rio matar.
Nossa água sujar
A beleza roubar
Trocar árvore viva
Por concreto morto
Água poluída

*

* valor gritado por politiqueiro em “campanha” nas ruas da Chacrinha/ Japeri.

  

*

ah
ó Rio Guandu
o que posso dizer de você
se está a abastecer
toda uma região
E ainda assim
não lhe poupam poluição
aonde está
sua mata ciliar?